agosto 21, 2013

E o "evangelho" que não transforma?

Várias igrejas estão cheias de práticas estranhas e modismos nos dias de hoje. Elas se baseiam em estratégias que incham o templo de pessoas vazias. Que do mesmo jeito que sobem, descem, pois a libertação do seu povo não vem da cruz de Cristo. Com isso, temos cada vez mais dependentes de manifestações ditas sobrenaturais, como a do pastor “ungidão”, da transferência de unção pelos pés, do pastor “faca na caveira”, das conferências de “milagres”, do culto ao dinheiro, à prosperidade, à fama, entre outras. A lista é gigante. O que importa são os ídolos em nosso meio. O que importa é o resultado, seja qual for o meio utilizado. Utilizam o pragmatismo de forma irresponsável dentro das programações "evangelísticas".

O último censo do IBGE retrata muito bem o contraste entre o evangelho e o comportamento em nosso país. Mais de 85% da população brasileira se denominou seguidora de Cristo, entre católicos e protestantes. O outro lado da moeda é que uma pesquisa do Instituto Avante do Brasil apontou em 2013 o nosso país como o 18º mais violento do mundo. Já a ONG Transparência Internacional o apontou como o 73º menos corrupto do mundo. O que dizer da desigualdade social e das prioridades do nosso governo. Constroem estádios caríssimos enquanto nossas crianças não têm escolas decentes, nossos professores vivem de migalhas e nossos idosos não tem tratamento dignos nas unidades de saúde. 

As práticas estranhas de nossas igrejas, o crescimento numérico dos cristãos e a atual situação do Brasil nos trazem uma triste constatação: em geral, não temos pregado um evangelho baseado na cruz de Cristo, capaz de gerar transformação de vidas. Essas estratégias que mexem com o emocional do povo precisam ser confrontadas com as Escrituras Sagradas. Há líderes que tem medo de ensinar a palavra de Deus para seu povo e trocam os ensinamentos bíblicos por conferências de "milagres". Condicionam a santidade do crente à participação de encontros maquinados, planejados, onde o resultado final já foi descrito, como se Deus agisse conforme nosso tempo. A justificação não é mais pela fé. A salvação é condicionada a quanto fazemos ou entregamos de acordo com cada interessse. 

Encontrei algumas pessoas ao longo de minha peregrinação por várias cidades dizendo que o evangelho é uma enganação. Como não pensar nessa questão? Pois o evangelho que essas mesmas pessoas conheceram é o que elas receberam de algumas de nossas igrejas. Elas receberam um Deus condicionado ao homem. Essas mesmas igrejas que tenho falado vêem Deus apenas como provedor de curas e bens materiais. A situação é tão lastimável que se o provedor não funciona em um local, logo correm para outro. Não vou me surpreender se um dia abrir meu email ou facebook e ver o seguinte anúncio: "Disque milagres, ligue agora, chegará em sua casa em 20 minutos". O culto está se transformando num talk show e as igrejas estão sendo conhecidas como "a igreja do camarada que revela o CPF", "a igreja do camarada da unção do esquecimento", "a igreja do camarada que dá dois mortais no púlpito". Esse "evangelho" NÃO transforma, muito pelo contrário, gera marcas terríveis no coração das pessoas.

Devemos conhecer verdadeiramente o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e cumprir o grande chamado de Jesus para nós com responsabilidade. Precisamos ser mais simples. Deus tem o poder curar, porém, se Ele não fizer, deve ser louvado e adorado. Deus tem o poder de prosperar financeiramente, porém, se Ele não fizer, deve ser louvado e adorado. E sempre gosto de dar essa triste notícia: é bem provável que Ele não faça pois nos conhece. O Senhor nos deu Jesus Cristo, que padeceu e morreu uma morte de cruz para nos remir de nossos pecados. Nada mais justo que a criatura se voltar para o Criador. Nada mais consciente que a mensagem da Cruz. Através da nossa fé, baseada na morte de Cristo, Deus nos declara justos. A partir daí, devemos caminhar com o Espírito Santo a fim de melhorar nossos posicionamentos, pensamentos e atitudes. Esse é o evangelho que transforma vidas e impacta o meio. O Brasil precisa desse avivamento!

Em Cristo, 

Rafael Francelino

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