De
acordo com os dicionários da língua portuguesa, o termo sociedade pode
significar uma reunião de pessoas unidas por um mesmo fator, que pode ser
origem, leis, ideias, posição geográfica, entre outros. Essa sociedade cria
padrões e valores comportamentais ditos adequados para os indivíduos que nela
estão inseridos. Nos países muçulmanos radicais, por exemplo, a mulher tem a
obrigação de cobrir-se completamente. Em outras partes do mundo, porém, essa
atitude é considerada um extremismo, radicalismo religioso ou fanatismo. No
meio desse conjunto de valores que uma sociedade desenvolve ao longo de sua
história, criam-se, também, paradigmas para definir a capacidade de conquista e
de sucesso de uma pessoa. O fato é que, de um modo geral, ocorre
pré-julgamento, em que a visão superficial que se tem de um indivíduo é
estabelecida de acordo com o paradigma de sucesso criado por essa sociedade.
Sendo assim, o que definirá o futuro de uma pessoa é quanto mais ou quanto
menos ela se aproxima desse padrão. Diante de tudo isso, somos levados a
pensar: qual seria o critério de Deus?
É
costume de Deus confiar missões importantes a pessoas que, pelos padrões
humanos, não seriam indicadas a realizá-las. Esse tipo de escolha transforma a
vida de um homem em uma grande história de superação. Fato é que o Criador não
vê como o homem vê. Ele enxerga o interior de seu ser e tem prazer em capacitar
os fracos e exaltar os humildes. No Antigo Testamento, lemos a respeito de
batalhas épicas em que o Senhor fez maravilhas através de
"pequeninos" que levantaram a sua bandeira. No Novo Testamento, isso
não é diferente. A missão de preparar o caminho para a vinda de Deus à Terra
como homem, Jesus Cristo, foi realizada por João Batista, o filho de Zacarias.
Pelos critérios humanos, João Batista não estaria na lista dos habilitados para
tal empreitada. Haveria nessa lista nomes como o de Herodes, o rei; César, o
imperador de Roma; poderíamos selecionar alguém do sinédrio ou um grande
sacerdote, escriba, fariseu, saduceu; até mesmo Pôncio Pilatos. Com tantos
titulados à disposição, Deus rejeitou a lista humana e escolheu um nome de seu
próprio dossiê. Ele selecionou alguém que não tinha título, a não ser "o
filho de Zacarias".
Poderíamos
citar tantos outros exemplos das loucas escolhas de Deus. Gideão, o menor de
sua família, do menor clã da tribo de Manassés, usado para libertar Israel dos
midianitas. Davi, o jovem pastor das ovelhas malhadas, desacreditado pelos
seus, venceu o gigante e derrotou exércitos à frente do povo de Deus. Eúde, o
canhoto, libertou Israel diante de Eglom. Mateus, o cobrador de impostos, peça
importante no estabelecimento da Igreja cristã.
Ao
pensar sobre essas escolhas, aquieto-me. Deus tem padrão, método e momento
próprios para levantar os seus. Ele enxerga o interior, conhece e sonda os
corações. Por isso, nos regozijamos, pois, mesmo sendo pecadores, errantes no
Evangelho, ainda assim, podemos ser instrumentos de grande valia nas mãos de
Deus. Ele usa as nossas fraquezas para que o seu poder seja revelado em nós e
através de nós, e a glória seja dada a Ele. Que nossa lista de habilitados seja
repensada, lembrando que Jesus Cristo é o grande padrão.
Isaias
6.1-9: "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um
alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins
estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com
duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros,
dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia
da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se
encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem
de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos
viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim,
trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa
tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade
foi tirada, e perdoado, o teu pecado. Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que
dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui,
envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e
dize a este povo[...]"
2
Coríntios 4.7: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a
excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte.”
Em
Cristo,
Rafael
Francelino
Bom texto! É fantástico como o Senhor usa homens que na visão humana são incapazes para fazer grandes obras pelo poder dEle. Que o Senhor seja louvado!
ResponderExcluirDeus usa aqueles não são. E os que são, Deus os usa naquilo que não são.
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