janeiro 06, 2013

A fé das crianças

Quando Jesus disse: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no reino dos céus", em Mateus 18:3, não estava falando de uma fé imatura, dependente de sinais miraculosos. Ele não estava falando das características infantis muito presentes nos parquinhos, como fanfarronices, competitividade, choramingos, bisbilhotices. Então o que Ele queria dizer?

Três características podem indicar isso:

1 - As crianças não têm preconceitos estabelecidos sobre a realidade;

Imagino que diversas crianças, ao ouvir "As crônicas de Nárnia", abrem buracos no armário à procura de uma passagem secreta; Outras esperam com ansiedade pela chaminé da lareira, imaginando Papai Noel descendo por um buraco tão pequeno. "Elas não sabem de nada", dizemos.
Às vezes elas sabem! Foi preciso uma fé assim para o centurião se aproximar de Jesus e pedir a cura de seu servo, para o paralítico pedir aos seus amigos que o descessem pelo telhado, para Pedro sair de um barco e andar sobre as águas, para os discípulos reconhecerem o homem diante deles como o próprio Jesus que tinham visto morrer. Enquanto isso os que "SABIAM MAIS" ficaram conspirando contra o Mestre.

2 - As crianças sabem receber um presente;

Dependentes desde o nascimento, recebem com alegria e sem constrangimento. Não discutem se merecem o presente nem se preocupam com a etiqueta da retribuição.
O antigo testamento nos mostra que Deus não tem problemas em aceitar presentes; Jesus também aceitou vários deles: O perfume derramado em seus pés por uma mulher, o presente do tempo e do compromisso dos seus discípulos, o presente da adoração de Maria, irmã de Lázaro.
As crianças nos ensimam muito sobre louvor e ação de graças. Apenas um espírito assim nos permite receber presentes de Deus comuns todos os dias sem pensar que não são comuns. Me permite estender as mãos para a graça de Deus, que me é dada sem a expectativa de retribuição, sem relação com meu comportamento.

3 - As crianças sabem confiar;

Uma rua movimentada não assusta uma criança que tem a mão de um adulto para se agarrar. Quando Jesus orou no jardim do Getsêmani, usou o termo judeu que as crianças usavam ao falar com o papai. "Aba, Pai", disse, "tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres" (Marcos 14,36).
Ele tomou a decisão de confiar em Deus apesar do que tinha de enfrentar, dependência que continuou verdadeira até na cruz, onde orou: "Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito". (Lucas 23,46)

Que sejamos como crianças, sabendo todos os dias e em todos os momentos que temos em quem confiar.


Em Cristo,

Rafael Francelino
Nota: idéias retiradas do livro "Decepcionados com Deus", de Philip Yancey.


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